Gente Nossa | João Guedes, 60 Anos de Escutismo

Fotos: Francisco Melim | Texto: Catarina Peixoto

É O ESCUTEIRO MAIS ANTIGO DO SEU AGRUPAMENTO, FOI CHEFE DOS EXPLORADORES E CHEFE DE AGRUPAMENTO DURANTE ANOS. NASCIDO EM MOREIRA DA MAIA, QUE SÓ CONHECE DE NOME, SEMPRE VIVEU NO BAIRRO DA LIBERDADE. REPRESENTA TRÊS GERAÇÕES NO ESCUTISMO – PAI, FILHA E NETOS – E RECORDA COM ALEGRIA A INFÂNCIA, QUANDO FAZIA OS PRÓPRIOS BRINQUEDOS E PAGAVA CINCO TOSTÕES PARA VER OS DESENHOS ANIMADOS AO DOMINGO NA SEDE DO LIBERDADE.

João Guedes, hoje com 72 anos, entrou para o Agrupamento 53, Serafina, do Corpo Nacional de Escutas aos 12 anos, em 1964. Decidiu por vontade própria e considera que foi “a melhor opção” da sua vida.

Apesar da boa educação recebida dos pais, os escuteiros complementaram-na, graças aos chefes que “nos orientaram sobre como devíamos proceder”. Nessa altura, João Guedes já trabalhava e usava todas as gorjetas amealhadas para comprar o fardamento. Saiu da escola primária do Tarujo (atual Escola Básica Mestre Querubim Lapa) aos 11 anos para trabalhar no comércio, onde fez de tudo e dedicou grande parte da sua vida.

Cerca de 15 anos antes da reforma, passou a trabalhar nos serviços centrais dos escuteiros, no depósito de material e fardamento. Morador do Bairro da Liberdade há mais de 70 anos, viveu na rampa Senhora de Santana e na Rua do Cotovelo. Casou e foi morar para a 3.ª Rua Particular, mudando-se depois para a antiga cooperativa, onde vive há 44 anos. Reformou-se aos 66, mas só deixou de trabalhar aos 71, há cerca de um ano.

João Guedes recorda com saudade o escutismo dos “tempos antigos”, bem diferente do atual. Lembra os acampamentos na Quinta da Fonteireira, em Belas, onde as tendas, muitas vezes feitas pelas mães, eram apenas panos que não podiam ser tocados com chuva, sob risco de pingarem. O chão era forrado com ervas e mantas, sem sacos-cama, mas “dava-nos outro gozo”.

É também com enorme satisfação que recorda as muitas taças conquistadas no antigo Rali da Primavera, uma atividade dos escuteiros de Lisboa celebrada no Dia de São Jorge, patrono mundial do escutismo. Milhares de pessoas assistiam aos carros de madeira a descer o Parque Eduardo VII.

“Moldávamos e pintávamos os carros durante a noite, e uma camioneta levava-os lá acima”, conta. Após o 25 de abril, João Guedes afastou-se temporariamente do movimento escutista para se dedicar à vida política, mas acabou por regressar, pois o escutismo “é um bichinho que quando nasce connosco, não larga”.

A partir de 1992, chefiou os exploradores, a sua secção predileta, composta por miúdos entre 10 e 14 anos. Hoje em dia, afastou-se da direção para dar espaço aos mais jovens, mas continua muito presente. “Isto é um movimento de jovens, não de velhos.” Durante a semana, está na sede sempre que necessário e, todos os sábados, lá está sem falta, disponível. “Como já estou reformado, posso estar aqui constantemente, se for necessário.”

Dá apoio geral ao agrupamento, embora já não lidere nenhum grupo, pois “não tenho arcaboiço para correr atrás dos miúdos”. No entanto, continua a acampar com eles todos os anos, geralmente no acampamento de agrupamento. Em agosto, esteve uma semana no acampamento regional em Ferreira do Zêzere e, há dois anos, passou duas semanas em Idanha-a-Nova. Também tem dado apoio no bar, cujas receitas ajudam a cobrir as despesas do edifício onde o agrupamento está sediado. “Temos de tentar arranjar meios de subsistência para manter esta casa.”

João Guedes destaca os benefícios do escutismo, como o crescimento, a aprendizagem e a educação que transmite às crianças. Para ele, o principal objetivo é ajudar os jovens a desenvolverem-se, pois são a base da associação.

A essência do escutismo, na sua visão, é formar “os homens de amanhã”, promovendo valores de fraternidade e ensinando as crianças e jovens a desempenharem um papel ativo na sociedade. Com alegria e entrega, João Guedes dedica a vida ao movimento escutista e deixa o apelo: “Que venham para os escuteiros, porque só lhes faz bem.”

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