BEM-ESTAR ANIMAL | Visita de cães terapeutas à residência de idosos, celebração conjunta do Dia Internacional do Idoso e do Dia Mundial do Animal

Fotos: Francisco Melim | Texto: Catarina Peixoto

ATRAVÉS DA INTERAÇÃO COM OS CÃES DE TERAPIA ASSISTIDA, OS SENIORES VIVERAM MOMENTOS ÚNICOS EM JOGOS E TERAPIAS, NUMA ÓTICA DE PROMOÇÃO DO SEU BEM-ESTAR FÍSICO E COGNITIVO, PARA ALÉM DO ESTÍMULO DO AFETO E DO TRABALHO EM EQUIPA.

De forma a assinalar o Dia Internacional do Idoso, a 1 de outubro, e também o Dia Mundial do Animal, a 4 de outubro, cerca de doze residentes da Residência de Idosos de Campolide, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, receberam a visita de duas “terapeutas de quatro patas”, a Kiki e a Nala.

Esta iniciativa conjunta da Junta de Freguesia de Campolide e da Provedoria Municipal dos Animais de Lisboa levou alegria e animação aos utentes, que estiveram também acompanhados pelo Presidente da Junta de Freguesia, Miguel Belo Marques, pela Vogal Cátia Costa, do Departamento de Bem-estar Animal, pela Vogal Luísa Coimbra, pelo Provedor Municipal dos Animais de Lisboa, Pedro Emanuel Paiva, pela terapeuta Isabel e por dois agentes da PSP da 21.ª Esquadra de Lisboa, o Agente Principal Mestre e a Agente Principal Vieira.

Entre jogos e dinâmicas terapêuticas, Kiki e Nala foram as grandes estrelas, distribuindo carinho e simpatia por todos os seniores do grupo. Segundo Cátia Costa, esta iniciativa foi “uma forma de mostrar os benefícios físicos e mentais que um animal proporciona a um idoso”. Hoje em dia, existem cada vez mais terapias com animais em lares, mas também com crianças. Nala, uma fêmea da raça Golden Retriever, de quatro anos, é um exemplo de obediência e carinho, sempre disposta a comer os biscoitos que lhe são oferecidos durante os exercícios.

Já Kiki, uma cadela de porte pequeno, da raça Chihuahua e com cinco anos de idade (uma “parideira” resgatada), circulou de colo em colo, fazendo aquilo que melhor sabe: receber muitos miminhos e carícias. “Geralmente, as pessoas acham que os cães de terapia são animais de porte grande. Neste caso, quisemos trazer um de porte pequeno porque, muitas das vezes, as crianças ou idosos vêm com traumas de terem sido atacados por animais, ou de terem visto. Para quebrar esse medo, usamos os cães de porte pequeno, para criar uma empatia automática”, explica Cátia Costa.

Para orgulho da freguesia, esta ação de sensibilização foi motivo de reportagem no programa Portugal em Direto, da RTP. Sob as câmaras e a atenção da jornalista, Nala e Kiki mostraram ao país como é feita uma sessão de terapia.

Isabel, a terapeuta da Provedoria, cativou os idosos. “Vamos aqui trabalhar o vosso equilíbrio, a vossa motricidade, e eu vou ver quantos biscoitos é que vocês passam na colher para a Nala.” Nesta residência de idosos, este tipo de sessões não é novidade. A sua diretora, Rute Vieira, explica que têm há vários anos uma terapeuta que se faz acompanhar pela Salsa e pela Pepa, duas cadelas de terapia. Uma vez por mês, dois grupos participam em sessões coletivas de terapia.

“Aquilo que temos visto, com o passar do tempo, é um maior número de utentes a participar, com um impacto muito positivo.” O senhor Álvaro, por exemplo, encontra-se em terapia individual, porque o seu sonho era trabalhar com cães. “Conseguimos proporcionar-lhe este momento de uma vez por mês, estar em exclusivo numa sessão de terapia de animais, onde sai à rua e vai passear o cão. É o ponto alto do seu dia.”

Desde que tomou posse, que Pedro Emanuel Paiva, Provedor Municipal dos Animais de Lisboa, tem implementado programas pilotos de terapia assistida por animais, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa. Segundo ele, os cães de terapia permitem a vivência de momentos de interação únicos, que incentivam uma vinculação positiva e o bem-estar físico e cognitivo dos idosos. Cátia Costa sublinha também que a iniciativa permitiu “mostrar ao país os benefícios de existir um animal no seio, quer da família, quer de uma instituição”.

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